dezembro 22, 2011

Especialistas estão otimistas quando ao futuro do estudo das células-tronco

Postado por Jesarela de Carvalho às quinta-feira, dezembro 22, 2011 0 comentários
"Trabalhar com células é uma coisa muito artesanal, você tem que todo dia olhar pra ela, ver se ela está feliz, se não está, se ela está se multiplicando. E não tem feriado, não tem fim de semana, ano novo, Natal. Todo dia, você tem que observá-las”, revela a geneticista Lygia Pereira, da Universidade de São Paulo (USP).




Ainda mais quando o material é tão nobre como esse: células-embrionárias, cultivadas no Brasil nos últimos dois anos. "A gente ter conseguido fazer as nossas próprias linhagens de células-tronco embrionárias foi fundamental para dar autonomia ao país nessas pesquisas, e na terapia com essas células. Agora, a gente controla todo o processo, a gente sabe pegar um embrião, tirar a célula embrionária, multiplicar essas células, transformá-las em neurônios, em músculos. 

O que a gente precisa agora é da segunda etapa, de produzir isso tudo de uma forma segura para uso em seres humanos", afirma a médica.

A Dra. Lygia é do time de brasileiros que vive o entusiasmo de ver a medicina do futuro nascendo no laboratório. Quanto mais seguros são esses primeiros passos, mais longe a pesquisa consegue chegar.

"A grande promessa é você fazer terapia gênica na célula-tronco. Você pega a célula-tronco e coloca lá os gens que podem ajudar no combate da doença para turbinar a célula-tronco. Você pode botar na célula-tronco um fator genético que faz com que ela produza uma quantidade muito grande de insulina, por exemplo. E ela corrigiria a diabetes", aposta o hematologista Júlio Voltarelli, da USP.

Esse é um mundo sem fronteiras. E, assim, a equipe do Sr. Júlio Voltarelli - que trabalha no interior de São Paulo - consegue ser uma referência mundial.

"Isso é que é muito bom, porque eu sempre digo que a pesquisa é como uma casa que você vai construindo colocando tijolinhos, e tem muita gente correndo para colocar os tijolinhos, e a casa está crescendo. Então, cada trabalho novo que surge é um novo aprendizado, é um tijolinho a mais. E que todo mundo aprende junto", declara a geneticista Mayana Zatz, da USP.

E sempre de olho no futuro, os cientistas vão deixando, no caminho, ferramentas que os médicos já estão aproveitando.

"Hoje, nós vivemos um momento único, em que um pesquisador clínico que vê e trata pacientes tem a chance de ir a um laboratório de pesquisa básica e dialogar com esses profissionais, procurando soluções na bancada do laboratório para os seus pacientes nos consultórios, nos ambulatórios que hoje sofrem", ressalta o cardiologista Luis Henrique Gowdak, do InCor de SP.

O desafio deste século é desenvolver a medicina regenerativa, usando o próprio corpo humano como fonte da cura. Conhecendo cada vez melhor essa máquina maravilhosa, onde será possível chegar?

"O nosso grande desafio é eliminar esse conceito, esse rótulo, que alguns pacientes ainda recebem de ‘lamento, não há mais nada que a medicina possa fazer pelo senhor. Então, o senhor ai continuar a sofrer pelo tempo de vida que lhe resta’. Isso é muito angustiante para um médico. Isso é um desafio", afirma o cardiologista Luis Henrique Gowdak, do InCor de SP.


dezembro 21, 2011

As cores do amor

Postado por Jesarela de Carvalho às quarta-feira, dezembro 21, 2011 0 comentários
Pesquisadora brasileira faz estudo on-line para descobrir quais tonalidades as pessoas associam ao sentimento.

Azul, verde, vermelho, amarelo, preto, branco... Afinal, para você, qual a tonalidade que pode ser associada ao amor? Com essa pergunta na cabeça a designer Carla de Bona iniciou, ainda na faculdade, um estudo sobre cor e percepção. 

Para colher a opinião de pessoas de todas as partes do mundo, ela criou o site Color of Love, um gigantesco mosaico virtual com cores e opiniões sobre o amor.

O participante escolhe em uma paleta um tom que o remete ao sentimento e deixa ali uma mensagem. Os registros são os mais variados: uma brasileira de 19 anos, por exemplo, escolheu o preto, pois para ela, “o amor a deixa triste”; um chinês de 24 anos escolheu azul e explicou: “O amor é como um oceano profundo e imensurável”.

Um brasileiro de 24 anos escreveu: “O amor é feito de sangue” ao justificar a opção pelo vermelho. Até agora mais de 2 mil pessoas deixaram depoimentos. Para participar basta acessar www.coloroflove.us

Fonte:

dezembro 20, 2011

O cérebro se transforma quando aprendemos

Postado por Jesarela de Carvalho às terça-feira, dezembro 20, 2011 0 comentários
Tanto a substância cinzenta quanto a branca aumentam quando adquirimos conhecimento, e isso vale para jovens e idosos.

Adquirimos constantemente novas informações e aptidões. No entanto, os pesquisadores ainda sabem muito pouco sobre o que exatamente acontece durante esse processo: será que o maquinário já existente das células cerebrais é adaptado a cada situação ou unidades de processamento completamente novas são criadas e integradas? 

Ou seja, apenas a comunicação entre os neurônios se altera ou toda a estrutura do cérebro, o hardware neural, também se modifica durante a aprendizagem?

As células neurais funcionam como unidades processadoras de informações. Seus corpos formam a substância cinzenta, o córtex, que compõe a camada externa do cérebro. 
Cada neurônio pode receber sinais de outras células, transmitidos pelos pontos de contato, as sinapses, e depois encaminhados ao longo de extensões chamadas axônios. 

Eles ficam dentro do cérebro, ou seja, embaixo do córtex, e são chamados substância branca. Sua função é ligar os neurônios por longas distâncias, permitindo a comunicação entre diversas áreas.

A cor clara vem da camada de gordura isolante que envolve os axônios. Essa bainha de mielina acelera o encaminhamento dos sinais, contribuindo para uma comunicação rápida sem perdas de dados.

O truque decisivo: a bainha mielínica é interrompida a pequena distância pelos nódulos de Ranvier; os sinais praticamente “saltam” de um nódulo para outro. 
Sem essas interrupções, os sinais se difundiriam mais lentamente e, em trechos mais longos, acabariam por se extinguir.

O grau de mielinização, portanto, influencia a velocidade e a força dos impulsos: quanto mais grossa a camada isolante, melhor e mais rápido os dados são transmitidos.

Mas o que isso tem a ver com aprender? O aprendizado, antes de mais nada, baseia-se em uma alteração de comunicação entre as células do cérebro. 

Assim, é bastante plausível que a substância branca também se modifique quando aprendemos uma nova habilidade motora (como no caso do malabarismo), pelo surgimento de novos axônios ou com uma mielinização mais intensa daqueles já existentes.
Dessa forma, os sinais de áreas visuais teriam condição de atingir as regiões cerebrais motoras com mais rapidez, por exemplo. 

Por isso, dançar, nadar, treinar lutas marciais, jogar tênis ou xadrez, praticar arvorismo ou qualquer outra atividade que mantenha o corpo e a mente em movimento favorece a capacidade neural.

Fonte:

dezembro 19, 2011

Inteligência pode estar associada a tempo mais longo de vida

Postado por Jesarela de Carvalho às segunda-feira, dezembro 19, 2011 0 comentários
Experimento com abelhas demonstra que quem aprende rapidamente costuma resistir melhor a situações estressantes.

Pessoas inteligentes vivem mais tempo. A correlação é tão forte quanto a existente entre fumo e morte prematura, embora não se saiba bem a razão disso. 

Um estudo recente sugere que, além de fazerem escolhas mais sábias no decorrer da vida, os longevos podem ter a biologia operando a seu favor.

Intrigada com esse conceito, a bióloga Gro Amdam, da Universidade do Estado do Arizona e da Universidade de Ciências da Vida, na Noruega, realizou um experimento com abelhas europeias – animais usados com frequência como modelo neurobiológico para aprendizagem, com base em reforço positivo e negativo.

Na metodologia utilizada os insetos foram colocados individualmente em um tubo plástico e aprenderam a associar um odor a determinada recompensa alimentícia. 

Após uma ou duas tentativas, muitos já estendiam as probóscides (estruturas semelhantes a línguas), na certeza de que receberiam uma gotícula açucarada. Outros, no entanto, apresentaram aprendizado mais demorado.
Para simular envelhecimento, os mesmos animais foram expostos a um ambiente com alta concentração de oxigênio. Dessa forma, as células liberam radicais livres nocivos que rompem as membranas e causam apoptose – processo de morte celular programada pelo próprio organismo. 

Como os pesquisadores já supunham, as abelhas que apresentaram maior facilidade em aprender sobreviveram por mais tempo: em média 58,8 horas. 

Os aprendizes considerados lentos suportaram, em média, 54,6 horas. Gro suspeita que a resiliência ao estresse geral talvez explique esse fato, já que os insetos mais resistentes foram os mesmos que rapidamente associaram odor à recompensa.

A pesquisadora acredita que em humanos o processo pode ser semelhante. “Se forem desvendadas as diferenças biológicas subjacentes, será possível aliviar disparidades congênitas. Assim, existirá a possibilidade de ajudar todos a ter uma vida mais longa”.

Fonte:

dezembro 18, 2011

As “estrelas” que moram na cabeça e controlam a respiração

Postado por Jesarela de Carvalho às domingo, dezembro 18, 2011 0 comentários
Células neurais chamadas astrócitos regulam a entrada e a saída de ar de acordo com a necessidade do organismo a cada momento

O processo de inspirar e expirar parece obedecer a um controle cerebral simples. Mas, segundo artigo publicado na Science por um grupo de cientistas do Reino Unido e dos Estados Unidos, existem células específicas que desempenham um papel central nessa regulação: os astrócitos. 

Encontradas no cérebro e na medula espinhal, elas recebem esse nome por terem formato de estrela. Até há pouco tempo, os neurocientistas supunham que essas estruturas neurais tivessem função secundária e pouco ativa na fisiologia cerebral, mas Alexander Gourine, da University College London, encontrou evidências de que elas são protagonistas no controle químico-sensorial da respiração.
Ele descobriu que os astrócitos detectam alterações nos níveis de dióxido de carbono e de acidez no organismo. Com base nessas informações são ativadas redes neuronais que regulam a entrada e a saída do ar, de acordo com a atividade e o metabolismo do corpo a cada momento. 

Durante o processo, os astrócitos liberam trifosfato de adenosina (ATP), um mensageiro químico que estimula centros respiratórios para que uma quantidade a mais de dióxido de carbono seja removida do sangue e eliminada pela expiração. 

Pesquisadores acreditam que esses resultados podem ajudar a entender melhor os mecanismos responsáveis por problemas como asma, enfisema e até a sensação de fôlego curto causada pelo estresse ou por doenças cardiovasculares.

Fonte:

dezembro 05, 2011

Depressão faz doentes enxergarem em tons de cinza

Postado por Jesarela de Carvalho às segunda-feira, dezembro 05, 2011 0 comentários
O mundo é literalmente cinza para as pessoas que sofrem de depressão. A descoberta, realizada por cientistas alemães, prova o que há séculos é manifestado na pintura, na literatura e em outras artes. Segundo um estudo da Universidade de Freiburg, na Alemanha, a doença causa uma alteração fisiológica nos olhos, cujo efeito é a perda de sensibilidade na visão.

Os pesquisadores realizaram testes na retina de pacientes voluntários e mostraram que o efeito é semelhante ao ato de diminuir o controle de contraste em uma TV. Para os especialistas, a conclusão da experiência foi tão clara que eles acreditam poder usar o teste de visão para medir níveis de depressão em pacientes que apresentem sintomas da doença.

Essa pode ser a razão pela qual, ao longo dos tempos, independentemente da cultura ou língua, os artistas retratam a depressão usando símbolos da escuridão e tons cinzentos.

Pacientes diagnosticados com depressão relatam com frequência sintomas como a perda de sensibilidade (hipoestesia, no contexto médico) em seus sentidos sensoriais. Para Paulo Dalgalarrondo, psiquiatra do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), essa é uma reclamação constante de quem busca tratamento para a doença.

Dalgalarrondo explica que, quando diagnosticadas com depressão grave, as pessoas tendem a dizer que as cores já não têm a cor que tinham, que a música não soa como soava antes e que a sensação é realmente de que o mundo está mais apagado.

A tela 'The Old Guitarist', de Pablo Picasso, foi produzida em 1903 (Foto: Divulgação)
 
O médico ressalta, no entanto, que essas alterações na visão ao longo do período em que a pessoa está doente não são irreversíveis. À medida que o paciente cura a doença, sua retina volta ao normal e ele passa a enxergar como antes.

Segundo Dalgalarrondo, o assunto é popular entre os especialistas da área, no entanto ele afirma que a abordagem fisiológica, baseada no estudo na retina, é inédita e bastante interessante para a comunidade científica.

Especialista: Paulo Dalgalarrondo, psiquiatra do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Faculdade de Ciência Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

Envolvimento com assunto: Atende pacientes com depressão há mais de 20 anos. 


- Conclusão
Mais uma vez os artistas foram pioneiros na identificação dos males que atormentam a sociedade. O estudo mostra que, séculos depois, os pesquisadores só estão comprovando cientificamente o que há anos já era retratado nas telas e na poesia.

(Por Renata Honorato)

- Título oficial: Seeing Gray When Feeling Blue? Depression Can Be Measured in the Eye of the Diseased

- Publicação: Biological Psychiatry

- Quem fez: Pesquisador Dr. Ludger Tebartz van Elst

- Instituição: Universidade de Freiburg, na Alemanha

- Dados de amostragem: A análise alemã foi realizada com dois grupos de 20 pessoas. Do total dos voluntários, 50% era diagnosticado com depressão e os demais 50% não apresentava qualquer sintoma da doença.

- Resultado: O estudo mostrou que pessoas depressivas são realmente menos sensíveis aos contrastes de cor e enxergam em tons de cinza.



Fonte: 

http://www.biologicalpsychiatryjournal.com/article/S0006-3223%2810%2900129-0/abstract
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