setembro 29, 2011

Estudo mostra que é possível acelerar envelhecimento de células cancerígenas

Postado por Jesarela de Carvalho às quinta-feira, setembro 29, 2011 0 comentários
Resultado de pesquisa muda a forma de combater o câncer. Pesquisa foi divulgada pela Univesidade de Harvard, nos EUA. Cientista deixou gene de ratos inativos. Os testes em humanos já começaram.

setembro 26, 2011

Saia de baixo da mesa!!!

Postado por Jesarela de Carvalho às segunda-feira, setembro 26, 2011 0 comentários
Quando o sofrimento bater a sua porta

Afetos integrais e refinados

Sofrimento desafio para Gigantes

Santidade é feita de instantes


Homilia TOMAR POSSE DO QUE SOU


Amar-se para amar

O sofrimento é a porta

Portador de Deus

Samaritana

Cura dos afetos e emoções:
(1)

(2)

Fogos de Artifício

O direito de ser frágil

Resgatar a ritualidade da vida

setembro 24, 2011

Geração Zapping: tá ligado? - Erane Paladino

Postado por Jesarela de Carvalho às sábado, setembro 24, 2011 0 comentários
Crianças e jovens estão descobrindo novas maneiras de entender o mundo e se relacionar com base em avanços tecnológicos e transformações culturais.

Televisão, telefone, fone de ouvido, computador, MP3, Orkut, Twitter, Facebook, MSN, SMS. A conexão é on-line e os estímulos vêm de toda parte. No monitor do laptop ou no visor do celular incontáveis telas são abertas, reduzidas e fechadas em segundos. Surge uma nova linguagem, na qual a grafia das palavras é adaptada, simplificada, e prevalecem abreviações. A informação chega descontextualizada e truncada, inaugurando um novo jeito de compreender o mundo – e se relacionar, na horizontalidade do conhecimento – e caracterizando a chamada geração zapping (expressão de origem inglesa que se refere ao ato de mudar constantemente de canal).

Surge assim um novo jeito de pensar, graças à síntese de vários dados coletados de forma imediata e simultânea. O zapping tipifica justamente essa relação intensa e aparentemente inesgotável. Fragmentados os corpos, a informação e as relações, os jovens ficam à mercê dos estímulos, sem tempo para a introspecção e assimilação do bombardeio de conteúdos. O apelo ao mundo externo é intenso e vem de todos os lados.

Enquanto para a maioria daqueles que já passaram dos 30 anos a simultaneidade (tudo ligado ao mesmo tempo) é vivida como estressante, adolescentes parecem não se incomodar nem um pouco em receber vários estímulos concomitantes. Não por acaso, a expressão “tá ligado?” é bastante usada por aqueles que não chegaram a conhecer o mundo antes do computador.

São visíveis sua rapidez e destreza em localizar e selecionar informações, bem como esta agilidade em zapear o mundo, coletando os mais diversos dados, nas diferentes fontes.

O som permanece ligado enquanto leem, telefonam, trocam mensagens pelo computador, assistem à televisão. E, para desespero de muitos pais, até quando estudam. Por mais difícil que seja para alguns adultos compreenderem, o fato é que os jovens estabelecem uma forma singular de vínculo com o exterior: suas referências são de curta duração também pela necessidade de se diferenciar da maioria. Assim, modismos e cultos a ídolos deixam de ser parte do ideário de uma geração e passam a ser apenas objetos de diversão pura e simples. A expressão ídolo de uma geração pode não fazer mais sentido. A ideia do ídolo como símbolo de uma forma de pensar e viver ou modelo de identificação parece mais ligada a décadas anteriores. Assim como outros aspectos do cotidiano, o entretenimento é descartável e, como tal, passa rápido.

O rapaz que nas férias passadas era surfista poderá adotar o visual emo no próximo fim de semana, alterando rapidamente seus hábitos, pôsteres porventura afixados na parede, estilos musicais preferidos, locais que frequenta etc. Nesse momento em que a transitoriedade impera, não há estilos definitivos.

O mesmo ocorre com relação às drogas: entre a geração dos anos 60 e 70, por exemplo, o uso frequentemente estava associado à contestação e aos ideais de liberdade de expressão.

Atualmente, é mais um objeto de consumo, voltado ao prazer mais pragmático e objetivo. O psicanalista americano Christopher Lasch reconhece este momento como resultante de uma espécie de cultura de consumo, que acaba por debilitar a própria capacidade dos indivíduos de discriminar fantasia de realidade, já que, como em um caleidoscópio, surgem a todo momento novidades que despertam novas necessidades.

Todo indivíduo nesta sociedade parece ser elo de múltiplas redes de comunicação, informação, interpretação, divertimento, aflição e evasão. Os movimentos e centros de emissão estão dispersos, desterritorializados pelo mundo afora. Principalmente para jovens das classes mais baixas, com menos acesso às evoluções tecnológicas, a televisão oferece scripts sobre os papéis sociais, gênero, gratificação social, sexual, lazer, resolução de conflitos e valores. Publicado nos Estados Unidos, o relatório Growing up in the prime time: analyses of adolescent girls on the television examinou mais de 200 episódios de programas para adolescentes e constatou que a aparência deles é considerada mais importante que sua inteligência; meninas cultas que gostam de estudar são exibidas como socialmente desajustadas; elas são mais passivas que seus colegas do sexo masculino. E frequentemente o jovem é retratado como obcecado por compras, pela própria imagem, excessivamente voltado para a vida amorosa e pouco interessado em conversas sobre questões existenciais, acadêmicas ou mesmo profissionais. A falta de senso crítico, aliada à ideologia do consumo, tem gerado também uma tendência à banalização da posse material, uma vez que aparelhos tecnológicos acabam assimilados como móveis e utensílios da casa, e passa a importar pouco ao jovem onde as informações são obtidas, contanto que sejam acessíveis.

A rapidez e o fracionamento da informação são incorporados ao cotidiano dessa geração; o mergulho nessa realidade não se dá no meio, mas entre os meios. Valoriza-se a narrativa curta com significado quase imediato. Há uma aceleração temporal conciliada à fragmentação espacial. A televisão é considerada ao mesmo tempo invisível e onipresente, ainda que apareça como coadjuvante nos bares, restaurantes, no intervalo da escola e em vários ambientes da casa. É o jovem que capta dados nas incursões aos diferentes campos de informação quem vai construir um significado inerente ao fluxo dessas informações.

ESCOLA E FAMÍLIA

Dentro de um novo contexto social, instaura-se também um modelo de juventude. Relações familiares com nova conformação trazem outros referenciais ao adolescente. Os modelos e o conjunto do saber não advêm mais dos pais – pelo menos não necessariamente. A figura paterna está hoje mais diluída. O sociólogo francês Eugène Enriquez, ligado à psicossociologia e à sociologia clínica, considera que esse enfraquecimento está associado à incapacidade paterna de se situar no lugar da lei e de, consequentemente, desempenhar seu papel de interventor e polo de identificação. A criança e o jovem aprendem com os meios de comunicação de massa, com seu grupo de companheiros e com sua experiência pessoal. Também a escola tem deixado de exercer o papel de grande educadora; se o capitalismo valoriza uma relação clientelista, visando o lucro e estimulando o consumo, os alunos das escolas e universidades particulares são, em sua maioria, também atendidos sob essa perspectiva.

A proposta de satisfação imediata estende-se na relação família-escola, e a livre concorrência do mercado, direta ou indiretamente, autoriza as instituições a oferecer aos pais os instrumentos para esse nível de gratificação. É possível observar, em alguns casos, a tendência de um modus operandi empresarial por parte, inclusive, de algumas instituições educacionais, voltadas primordialmente ao lucro e aos investimentos que garantam o menor número possível de evasão dos alunos. Em consonância com as ideias do psicanalista Peter Blos, esta queda gradual e radical da convivência familiar – com reflexos na educação, nutrição, hábitos e preceitos morais – leva os pais a acreditar, cada vez mais, nas recomendações públicas que a mídia faz entrar nos lares. A tradição fica, então, substituída pelos especialistas que oferecem respostas para os problemas cotidianos. Isso favorece ainda mais o enfraquecimento da autoridade das figuras parentais, que muitas vezes abdicam de suas próprias convicções em favor de escolhas feitas por especialistas.

Na clínica de adolescentes, observa-se claramente a dificuldade dos pais em assumir uma posição de autoridade. A questão vem, muitas vezes, justificada por compromissos profissionais e o consequente sentimento de culpa em decorrência do afastamento do convívio diário. Esses fatores, aliados ao forte acesso aos meios de comunicação, especialmente a TV e a internet, têm levado algumas pesquisas a entender o comportamento dos jovens com base nesses novos referenciais.

A força e o poder da mídia permitem observá-la com características conceitualmente institucionais. Para Nicola Abbagnanno, autor do Dicionário de filosofia (2000), a instituição pode ser entendida como um conjunto de normas que regulam a ação social. Autores como o sociólogo G. Lapassande ressaltam que as instituições estão inseridas em um sistema social, vinculadas ao contexto político. A relação entre ideologia e instituição também se faz presente, considerando que todas as mediações institucionais atravessam a sociedade e determinam suas opções, preferências, rejeições e aspirações. O controle ideológico provoca o que o autor chama de desconhecimento social, fruto de mecanismos que interferem na educação, informação e cultura.

O vazio e a falta de perspectiva resistem à sociedade espetacular, pregadora da beleza e da felicidade. Elaborar, pensar e criticar são atos humanos que exigem uma postura ativa diante das experiências. Manter-se constantemente no papel de espectador remete à alienação e à passividade. Não é possível ignorar que a indústria do entretenimento, aliada aos valores do capitalismo, transforma todas as informações em show e, assim, realidade e fantasia se confundem. O educador americano Neil Postman vê o excesso de informação levando à impossibilidade de pensar: “Por pensar, entendo ter tempo e motivação para perguntar-me: Qual o significado deste acontecimento? Qual é sua história? Quais são as razões disso? Como isso se encaixa no que já sei do mundo?”, questiona.

O jovem hoje, por outro lado, pode estar desenvolvendo um novo modo de pensar, voltando à rapidez da capacidade de detectar a informação e sintetizá-la. Mas, assim como as informações zapeadas, sua mente, seu corpo e suas relações podem estar fragmentados, dificultando uma percepção mais apurada e cuidadosa, seja de seus sentimentos, seja das experiências que o mundo tão intensamente lhe oferece.

Erane Paladino é psicóloga clínica, coordenadora e professora do Departamento de Psicodinâmica do Instituto Sedes Sapientiae, autora do livro O adolescente e o conflito de gerações na sociedade contemporânea (Casa do Psicólogo)

Fonte: 

http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/geracao_zapping_ta_ligado_.html

setembro 18, 2011

Loucuras e maravilhas para Alice - Maria Maura Fadel

Postado por Jesarela de Carvalho às domingo, setembro 18, 2011 0 comentários
Com bom humor, obra de Lewis Carroll escrita há quase 150 anos aborda violência, insanidade e transtornos psíquicos – e ainda tem gente que pensa que é livro só para crianças.

Não deve ser por acaso que a nova edição do clássico da literatura infantil Alice no país das maravilhas, publicado pela Cosac Naify em duas versões, na semana de seu lançamento estava exposta, em algumas grandes livrarias (pelo menos de São Paulo), na seção de livros adultos. Claro, uma história pode ser lida de muitas formas e, com certeza, olhar de maneira aprofundada para o reino criado pelo inglês Lewis Carroll (1832-1898) oferece inúmeras possibilidades de interpretação e reflexão. Também não é à toa que já há muito tempo filósofos, psicólogos e educadores vêm se dedicando a desvendar aspectos da obra. Ao longo de todo o texto é possível encontrar referências simbólicas que remetem ao universo psíquico.

A história, que começa com uma meninha que cai em um buraco, acena para um ritual, para a entrada em uma outra dimensão. O autor busca referências no mundo dos sonhos para deixar vir à tona a insanidade dos personagens. A todo momento, a protagonista (e também o leitor) se confronta com uma lógica muito particular, como a do inconsciente, na qual a razão é tomada, invadida e superada. Nesse sentido, há um trecho especialmente curioso:
– Mas eu não quero ir para o meio de gente maluca – observou Alice.
– Ah, não adianta nada você querer ou não – disse o Gato. – Nós somos todos loucos
por aqui. Eu sou louco. Você é louca.
– E como é que você sabe que eu sou louca?
– Bem, deve ser – disse o Gato – ou então você não teria vindo parar aqui.

No mundo povoado por criaturas inusitadas, a gama de esquisitices (e possíveis patologias) é vasta. A Rainha apresenta um quadro de narcisismo exacerbado, ausência de compaixão e de empatia, além de tendência a comportamento violento. A Lebre e o Chapeleiro, por exemplo, parecem viver um uma loucura compartilhada (folie à deux): têm vínculo emocional forte e comungam crenças delirantes, principalmente em relação ao tempo (ambos crêm que são sempre 6 horas). A Duquesa é claramente incapaz de acolher um bebê: sacode o descontroladamente e recomenda que as crianças apanhem por espirrar, pois “obviamente” fazem isso para irritar os adultos. O Coelho Branco tem indícios de euforia e transtorno de ansiedade. O Albatroz sofre de narcolepsia. A centopeia é dependente de alucinógenos.

O título inicial dado à aventura inventada por Charles Lutwidge Dogson (verdadeiro nome do autor) – e oferecida de presente de Natal à pequena Alice (essa sim, uma garotinha de verdade) – era “As aventuras de Alice debaixo da terra”. Ao ser publicado pela primeira vez, em 1865, porém, o texto recebeu o título pelo qual o conhecemos hoje. Dois anos depois, Carroll escreveu Através do espelho e o que Alice encontrou lá, que também faz alusão ao mundo onírico.

Não deve ser por acaso que a nova edição do clássico da literatura infantil Alice no país das maravilhas, publicado pela Cosac Naify em duas versões, na semana de seu lançamento estava exposta, em algumas grandes livrarias (pelo menos de São Paulo), na seção de livros adultos. Claro, uma história pode ser lida de muitas formas e, com certeza, olhar de maneira aprofundada para o reino criado pelo inglês Lewis Carroll (1832-1898) oferece inúmeras possibilidades de interpretação e reflexão. Também não é à toa que já há muito tempo filósofos, psicólogos e educadores vêm se dedicando a desvendar aspectos da obra. Ao longo de todo o texto é possível encontrar referências simbólicas que remetem ao universo psíquico.

A história, que começa com uma meninha que cai em um buraco, acena para um ritual, para a entrada em uma outra dimensão. O autor busca referências no mundo dos sonhos para deixar vir à tona a insanidade dos personagens. A todo momento, a protagonista (e também o leitor) se confronta com uma lógica muito particular, como a do inconsciente, na qual a razão é tomada, invadida e superada. Nesse sentido, há um trecho especialmente curioso:
– Mas eu não quero ir para o meio de gente maluca – observou Alice.
– Ah, não adianta nada você querer ou não – disse o Gato. – Nós somos todos loucos
por aqui. Eu sou louco. Você é louca.
– E como é que você sabe que eu sou louca?
– Bem, deve ser – disse o Gato – ou então você não teria vindo parar aqui.

No mundo povoado por criaturas inusitadas, a gama de esquisitices (e possíveis patologias) é vasta. A Rainha apresenta um quadro de narcisismo exacerbado, ausência de compaixão e de empatia, além de tendência a comportamento violento. A Lebre e o Chapeleiro, por exemplo, parecem viver um uma loucura compartilhada (folie à deux): têm vínculo emocional forte e comungam crenças delirantes, principalmente em relação ao tempo (ambos creem que são sempre 6 horas). A Duquesa é claramente incapaz de acolher um bebê: sacode o descontroladamente e recomenda que as crianças apanhem por espirrar, pois “obviamente” fazem isso para irritar os adultos. O Coelho Branco tem indícios de euforia e transtorno de ansiedade. O Albatroz sofre de narcolepsia. A centopeia é dependente de alucinógenos.

O título inicial dado à aventura inventada por Charles Lutwidge Dogson (verdadeiro nome do autor) – e oferecida de presente de Natal à pequena Alice (essa sim, uma garotinha de verdade) – era “As aventuras de Alice debaixo da terra”. Ao ser publicado pela primeira vez, em 1865, porém, o texto recebeu o título pelo qual o conhecemos hoje. Dois anos depois, Carroll escreveu Através do espelho e o que Alice encontrou lá, que também faz alusão ao mundo onírico.

Fonte: 
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/loucuras_e_maravilhas_para_alice.html

Medo e stress provocam paixão

Postado por Jesarela de Carvalho às domingo, setembro 18, 2011 0 comentários
Emoções aparecem quando interpretamos excitação sexual de modo cognitivo.

Como surgem sentimentos de paixão? Pela teoria dos dois fatores do psicólogo social Stanley Schachter da Universidade Columbia, as emoções aparecem quando interpretamos excitação fisiológica de origem sexual de modo cognitivo. Conferimos a elas, por assim dizer, uma etiqueta correspondente: euforia, tristeza, raiva etc. Mas, se há várias fontes de excitação, o cérebro parece ter problemas para distingui-las. Situações dramáticas, portanto, podem aumentar sensivelmente o amor apaixonado. Esse fenômeno é ilustrado pelo chamado efeito Romeu-e-Julieta. Os dois famosos adolescentes tiveram de lutar pelo seu amor contra a resistência de todos a sua volta. Não seria espantoso que ambos interpretassem a sua excitação em parte como expressão de seu interesse mútuo. De fato, pesquisas confirmam que pais que quiserem evitar relacionamentos românticos dos filhos acabaram por alcançar o contrário: a pressão de fora fortalece os sentimentos de um pelo outro. Chama a atenção que a maior intensidade dos sentimentos amorosos parta de emoções negativas, como medo e stress. Mas também o desejo por aventura ou a excitação emocional em competições esportivas podem funcionar como elixir do amor.

Fonte: 

http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/excitacao_produz_amor.html

setembro 17, 2011

O segredo do casal feliz: compartilhar alegrias

Postado por Jesarela de Carvalho às sábado, setembro 17, 2011 0 comentários
edição 205 - Fevereiro 2010

A chave para manter viva a magia do casamento é encontrar meios para promover aspectos positivos; a maneira de lidar com boas notícias pode ser mais decisiva para o relacionamento que a capacidade de oferecer apoio um ao outro em situações difíceis. Veja o que a ciência tem a dizer sobre a intimidade.

Relacionamentos íntimos, como o casamento, estão entre as mais importantes fontes de satisfação individual. Apesar de muitos casais entrarem nessa jornada com a melhor das intenções, muitos se separam ou permanecem juntos apesar da relação deteriorada. Entretanto, alguns continuam felizes e bem-sucedidos. Qual será o segredo? Alguns indícios surgem das últimas pesquisas no novo campo da psicologia positiva. Fundada em 1998 pelo psicólogo Martin E. P. Seligman, da Universidade da Pensilvânia, essa área inclui pesquisas sobre as emoções consideradas positivas, os pontos fortes dos seres humanos e o que é importante para a maioria das pessoas. Nos últimos anos, pesquisadores que se dedicam a esses estudos descobriram que casais satisfeitos são propensos a acentuar mais o lado bom da vida, diferentemente daqueles que continuam juntos apesar de infelizes ou que se separam. Eles não apenas lidam bem com as adversidades, mas também celebram os momentos felizes e trabalham para construir e reforça situações favoráveis.

É possível que a forma de um casal lidar com as boas notícias seja ainda mais relevante para a o convívio que a capacidade de se apoiar mutuamente nas circunstâncias difíceis. Proporcionalmente, pessoas felizes com sua vida amorosa também experimentam individualmente mais emoções agradáveis que negativas, em comparação com aquelas envolvidas em relacionamentos fracassados. Certas estratégias costumam melhorar essa proporção e, portanto, ajudar a fortalecer as relações. Outro ingrediente para um relacionamento de sucesso: cultivar a paixão. Aprender a se dedicar à pessoa afetivamente importante em nossa vida, de forma saudável e prazerosa, favorece o amadurecimento emocional.

O que a ciência tem a dizer sobre a intimidade:

1. Excitação. O psicólogo Arthur Aron, da Universidade Stony Brook, descobriu que as pessoas tendem a se ligar emocionalmente quando estão agitadas, por exemplo, devido ao exercício, aventuras ou exposição a situações perigosas.

2. Bem pertinho. Estudos dos psicólogos sociais Leon Festinger e Robert Zajonc, da Universidade Stanford, concluíram que simplesmente estar perto de alguém tende a produzir sentimentos positivos. Quando uma pessoa, de forma consciente e proposital, permite que a outra invada seu espaço pessoal, os sentimentos de intimidade aumentam rapidamente. Talvez por isso seja mais fácil brigar por telefone do que quando estamos
fisicamente próximos.

3. Semelhança. Opostos às vezes se atraem, mas uma pesquisa coordenada pelo economista comportamental Dan Ariely, da Universidade Duke e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT ), mostra que as pessoas tendem a formar par com aqueles que são parecidos com elas – em termos de inteligência, experiência e nível cultural e atratividade. Algumas pesquisas chegam a sugerir que apenas imitar alguém pode aumentar a proximidade.

4. Humor. Os pesquisadores Jeanette e Robert Lauer, especializados em relações amorosas, mostraram em 1986 que em uniões felizes de longa duração os parceiros fazem o outro rir bastante. Outro estudo revela que principalmente as mulheres frequentemente procuram parceiros que as divirtam e vê-las achar graça é atraente para eles – possivelmente porque quando rimos ficamos em uma posição menos defensiva, o que facilita a aproximação. Conhece algumas boas piadas?

5. Novidade. O psicólogo Greg Strong, da Universidade Estadual da Flórida, constatou que as pessoas tendem a se aproximar quando estão iniciando uma nova tarefa. A novidade apura os sentidos e também faz as pessoas se sentirem vulneráveis e se ajudarem mutuamente. Portanto, aprender coisas juntos é um jeito de fortalecer laços.

6. Inibições. Milhões de relacionamentos provavelmente começaram com uma taça de vinho. A inibição bloqueia as sensações de vulnerabilidade, o que pode de fato ajudar a criar vínculos. Ficar bêbado, no entanto, pode surtir efeito contrário.

7. Bondade e perdão. Vários estudos confirmam que tendemos a criar laços com pessoas bondosas, sensíveis e atenciosas. Sentimentos de amor podem emergir com especial rapidez quando alguém muda de comportamento deliberadamente – por exemplo, desistindo de fumar ou de beber – para se adaptar às nossas necessidades. Em geral, o perdão também cria vínculos e cumplicidade.

8. Toque e sexualidade. Uma massagem nas costas pode fazer maravilhas. Mesmo se aproximar de alguém, sem de fato tocar, pode despertar em ambos inúmeras sensações. Vários estudos, um deles realizado pela psicóloga social Susan Sprecher, da Universidade Estadual de Illinois, aponta que a sexualidade pode reafirmar sentimentos de proximidade e carinho.

9. Comprometimento. Estudos de pesquisadores como a psicóloga Ximena Arriaga, da Universidade de Purdue, sugerem que o compromisso é um elemento essencial na construção do amor. Pessoas cujos comprometimentos são fracos interpretam o comportamento de seus parceiros mais negativamente, o que com o tempo pode destruir a relação. Quando se tem a firme intenção de manter o relacionamento, os problemas conjugais são mais facilmente relativizados. Pesquisas científicas ilustram como as pessoas se apaixonam e sugerem técnicas para construir relacionamentos consistentes.

Fonte: 

http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/o_segredo_do_casal_feliz_compartilhar_alegrias.html

Amigos Imaginários - Inge Seiffge-Krenke

Postado por Jesarela de Carvalho às sábado, setembro 17, 2011 0 comentários
Uma em cada três crianças nutre temporariamente uma relação existente apenas na fantasia – o que não é motivo para preocupação.

Vivemos tempos em que conversar com gente que nunca vemos não é nada incomum: perambulamos por chats, blogs e twitter e trocamos informações e segredos com pessoas com quem mantemos relacionamentos virtuais, às vezes bastante íntimos. Mas e quando uma criança “cria” um amigo imaginário – brinca, fala e até mora com ele, como se fosse real? Esse fenômeno, que surge principalmente entre 3 e 7 anos, não é tão raro. Quando pais e educadores percebem a existência desses companheiros invisíveis quase sempre ficam preocupados. Uma mãe escreve em um fórum on-line: “Nosso filho de 5 anos tem falado há três dias de ‘sua amiga Pia’. Ela só existe em sua imaginação, mas parece ser absolutamente real para ele. Ele se comporta como se pudesse vê-la! Nós não tivemos esse tipo de experiência com sua irmã três anos mais velha. A amizade com ‘Pia’ parece fazer bem ao nosso filho, mas nós nos preocupamos mesmo assim. Será que devemos deixá-lo com sua fantasia ou tentar convencê-lo a abandoná-la?”.

Mas os pais podem respirar aliviados, pois todos os estudos sobre esse fenômeno chegam ao mesmo resultado: não há motivo para preocupações! Os amiguinhos imaginários têm sido estudados de forma intensiva há muito tempo, nos últimos 100 anos, mas poucos psicólogos se dedicaram a esse tema. E há um ponto em comum: todos concordam que os amigos imaginários estimulam o desenvolvimento das crianças, podem suprir eventuais lacunas afetivas e ajudam na elaboração de questões psíquicas.
Para os mais novos, o amigo “de mentirinha” é quase sempre um companheiro de brincadeiras que pode estar “presente” também à mesa na hora das refeições, ser chamado pelo nome, mas não raramente acompanha a criança durante todo o dia. Alguns pesquisadores afirmam que praticamente todos nós temos um parceiro imaginário em um determinado estágio do desenvolvimento – porém, ele quase nunca é descoberto pelos adultos e a própria pessoa normalmente não se lembra disso mais tarde.

Os acompanhantes invisíveis são frequentemente crianças da mesma idade de seus criadores – como, por exemplo, Sebastian Nigge, o amigo imaginário de Madita, personagem do livro de mesmo nome, de Astrid Lindgren. Podem ser também animais, magos ou super-heróis. Alguns cabem no bolso e podem ser levados para todo lugar – como o canguru invisível Pantouffle no filme de Hollywood, Chocolate, de 2000, dirigido por Lasse Hallström.

Os pequenos também dão vida a um bicho de pelúcia ou a uma boneca de que gostam muito ao lhe atribuírem personalidade própria. Com isso, os amigos visíveis como Hobbes (ou Haroldo na versão brasileira) – o tigre de pano dos quadrinhos americanos Calvin e Haroldo – também se tornam companheiros imaginários. Os estudos nos quais esse artigo se baseia concentram-se, porém, no fenômeno dos amigos totalmente invisíveis e semelhantes aos seres humanos.
Uma das primeiras descrições do fenômeno é um estudo publicado no século XIX, em 1895, feito pela pedagoga Clara Vostrovsky, da Universidade Stanford: o caso de uma garotinha que teve vários amigos imaginários até a idade adulta. Desde então, novos estudos mostravam que entre 20% e 30% das crianças têm, pelo menos temporariamente, um ou mais acompanhantes invisíveis.

Não raro, pais, professores e terapeutas incomodam-se não apenas com o fato de as amizades imaginárias serem mantidas por um longo tempo, às vezes por anos, mas também com a nitidez com que as crianças parecem ver seus amiguinhos. Mas os pequenos sabem muito bem que seus parceiros não são reais e que só existem em sua imaginação. Ou seja: essas criações psíquicas podem ser claramente diferenciadas de fantasias patológicas, que ocorrem, por exemplo, nas psicoses. A criança nunca se sente indefensavelmente dominada pelo amigo que criou – pelo contrário, pode modelar, modificar e manipular sua invenção como quiser. E também determinar a duração desse “relacionamento”.

Companheiros imaginários podem ter funções variadas. Algumas crianças e jovens iniciam essa amizade quando se sentem sozinhos. O estudo de 2004 de um grupo de trabalho coordenado pela psicóloga Marjorie Taylor, da Universidade de Oregon, também aponta nessa direção. Os pesquisadores entrevistaram 152 crianças em idade pré-escolar e descobriram que aproximadamente 70% com idades entre 5 e 6 anos que tinham amigos imaginários eram primogênitos ou filhos únicos.
 
Estudos anteriores desse mesmo grupo com crianças e adolescentes mostraram que amigos imaginários apareciam principalmente quando surgiam mudanças drásticas: a mãe ficava grávida ou um irmãozinho nascia; quando um dos pais estava ausente devido a frequentes estadias no hospital ou depois que uma pessoa considerada referência afetiva morria. Também no caso de separação dos pais ou de amizades que se rompiam, por exemplo, devido a uma mudança de casa, os amigos imaginários ajudavam na superação. Pesquisadores relatam o caso de uma menina de 10 anos que sofria de grande solidão. Sua mãe estava em tratamento havia dois anos, devido a uma forte depressão, e desde então a menina ficava frequentemente sozinha e tinha de cuidar de si mesma. Nessa situação, ela inventou um irmão imaginário totalmente dependente dela, ao qual ela dispensava atenção materna – assim como provavelmente gostaria de ter sido tratada. Às vezes, passava dias deitada na cama, mergulhada em uma conversa interminável com seu irmão invisível. Quando a mãe recebeu alta e voltou para casa, ele desapareceu de um dia para outro.

De tempos em tempos, portanto, crianças e adolescentes compensam a realidade com a ajuda providencial do parceiro imaginário e assim combatem sentimentos de abandono, solidão, perda ou rejeição. É possível, assim, desfrutar de um relacionamento de amor e apoio, além de companhia – independentemente das circunstâncias externas. Como consequência, essas figuras quase sempre desaparecem assim que a criança encontra amigos reais ou se adapta à nova situação.

Essa função pode explicar por que também pessoas idosas têm eventualmente amigos imaginários – o que até agora quase não foi estudado. O psiquiatra canadense Kenneth Shulmann relatou em 1984 o caso de três pacientes com mais de 80 anos que haviam perdido pessoas queridas recentemente. Os três fizeram seus companheiros falecidos reviverem em sua imaginação, embora evitassem falar sobre o assunto com outros, o que foi avaliado por Shulman como um indício de que eles tinham consciência da natureza ficcional de suas criações.
 
PRAZER E COMUNICAÇÃO

Em seus extensos estudos sobre o desenvolvimento da inteligência infantil, o psicólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) também deparou com os amigos imaginários. Ele os interpretou como uma forma especial do jogo simbólico. Segundo o estudioso, em situações lúdicas uma realidade estranha seria construída: as crianças fingem e desempenham papéis. Piaget relatou sobre o companheiro imaginário de sua filha de 3 anos, Jacqueline. O personagem dominou a atenção da menina durante dois meses, ajudava-a em tudo o que estava aprendendo, estimulava-a a respeitar regras e a consolava quando estava triste. De repente, desapareceu.

Piaget não atribuiu a criação do amigo de sua filha à solidão ou a condições de vida difíceis. Via nele muito mais uma prova de criatividade e prazer comunicativo. Essa ideia foi comprovada mais uma vez em 2008 por um estudo dos psicólogos Anna Roby e Evan Kidd, da Universidade de Manchester. Eles testaram a capacidade linguística de 44 crianças em idade pré-escolar e escolar. Aquelas que tinham um companheiro imaginário costumavam se expressar melhor e se colocar no lugar do interlocutor, o que faziam inclusive com prazer. Um estudo que realizei com 241 adolescentes em 2000 teve resultado semelhante: os jovens com amigos imaginários apresentaram mais qualidades sociais, como empatia, do que aqueles sem um acompanhante invisível.

Estudos sobre comportamentos lúdicos comprovam que principalmente crianças maduras e psicologicamente estáveis têm amigos imaginários. Assim, o sociólogo britânico David Finkelhor, da Universidade de New Hampshire em Durham, nos Estados Unidos, foi um dos pesquisadores que demonstraram que quanto pior for o estado físico e psíquico das crianças, menos serão capazes de brincar. O abuso ou a negligência fazem com que a imaginação se atrofie e inibem a propensão ao jogo – em geral, essas crianças não criam acompanhantes imaginários.
Os amigos inventados, porém, podem surgir quando a criança tem dificuldades em se submeter às regras dos adultos. Então o parceiro virtual simplesmente se permite fazer aquilo que é proibido a seu criador. Obviamente, os novos amigos são os culpados quando os pais descobrem a lata de bolachas saqueada ou são vítimas de alguma traquinagem. Muitas crianças até mesmo punem seus cúmplices invisíveis pelos delitos – o que naturalmente não impede os amigos de voltar a se portar mal.

Os parceiros inventados cumprem função semelhante quando servem de conselheiros morais. Quando estão na pré-escola, as crianças ainda precisam de um interlocutor externo para se certificar de que estão agindo de forma correta. Nesse caso, um amigo imaginário pode ocupar essa brecha. Geralmente, eles surgem em períodos em que seus criadores realizam grandes saltos de desenvolvimento cognitivo e oferecem às crianças a possibilidade de expressar sentimentos e impulsos.


Geralmente amigos imaginários tomam forma a partir do terceiro ano de vida, quando já é possível diferenciar entre o eu e o outro. Em 1988, o psicólogo Paul Harris, da Escola de Medicina de Harvard em Boston, acompanhou 221 crianças com o objetivo de detectar quão bem podiam separar a fantasia da realidade. Por volta dos 3 anos não havia mais confusões entre pessoas reais e inventadas, fossem seres imaginados por elas mesmas ou figuras de contos de fadas, histórias ou filmes.
A fantasia e a criatividade se modificam no decorrer do desenvolvimento. Crianças em idade pré-escolar frequentemente mostram aptidão para o chamado jogo ilusório ou ficcional, no qual partindo de poucos traços um objeto ou um personagem são construídos. Assim, uma fileira de cadeiras se transforma, por exemplo, em um “trem” num piscar de olhos. Na idade escolar a criatividade aumenta e, na adolescência, alguns jovens começam a escrever diários, uma forma muito particular de vivenciar a própria criatividade e imaginação. Para atingir esse estágio é necessário primeiramente uma compreensão madura da intimidade: crianças ainda não diferenciam entre informações “privadas” e “públicas”. Somente por volta dos 10 anos é possível compreender o que significa privacidade. Dessa fase em diante as informações sobre a própria pessoa ou sobre outros podem ser conscientemente mantidas em segredo ou manipuladas. Cerca de 40% das meninas confiam seus pensamentos pessoais a um diário (no caso dos meninos da mesma idade, esse índice é claramente mais baixo).

Com o aumento da idade, altera-se não apenas a percepção de si mesmo e das importantes pessoas de referência, mas também dos companheiros imaginários. Crianças de 4 a 6 anos, por exemplo, caracterizam muitas vezes a si mesmas e a outros por meio de atividades ou traços externos: “sou loiro”, “brinco com carrinhos”. Somente na adolescência usam aspectos da personalidade para se descreverem: “sou tímida” ou “sou generosa”. Esse conhecimento sobre a própria pessoa surge somente por meio das relações com outros, que se tornam cada vez mais significativas com o passar dos anos.

Não apenas as amizades reais, mas os companheiros imaginários também se modificam com o tempo, como demonstrou uma avaliação de vários estudos de longo prazo realizada por mim em 2008. No período pré-escolar são características as relações embasadas em uma interação física momentânea: “Somos amigas porque nós duas gostamos de brincar de boneca!”. Por volta dos 7 ou 8 anos os parceiros recebem e oferecerem ajuda – nessa fase a amizade orienta-se principalmente por vantagens próprias. Mas as crianças já atentam para um relativo equilíbrio de poder: “Eu te empresto minha bicicleta se você me deixar brincar com a sua bola”. Esses relacionamentos são mantidos também com os amigos imaginários.
No início da adolescência, por volta dos 12 anos, a troca emocional com o amigo ou amiga torna-se importante, os companheiros conversam essencialmente sobre problemas. A quebra da confiança é, nesse estágio, o motivo mais frequente para o término da amizade: jovens esperam que um bom companheiro lhes faça confidências e que saiba ouvir e guardar segredos. As meninas valorizam a confiança mútua nas amizades mais do que os meninos e tendem a contar suas experiências íntimas umas às outras.

Essas modificações resultam em uma exclusividade crescente das relações: enquanto crianças mais novas ainda brincam com qualquer um, sem selecionar, o círculo de amizades torna-se posteriormente cada vez mais restrito a poucos com visões de mundo semelhantes e com estes é possível estabelecer trocas mais afetivas. O aumento da necessidade de adolescentes de uma “alma irmã” explica por que nessa faixa etária quase sempre jovens solitários criam companheiros imaginários: para se consolar e não se sentir tão sozinhos.

Em minhas análises de entrevistas com centenas de adolescentes ficou claro que os amigos imaginários frequentemente surgem nos diários dos jovens. Os autores têm longos diálogos com seus parceiros invisíveis: os chamam pelo nome, contam fatos vividos em detalhes (“obviamente, você não poderia saber...”, “esqueci de contar...”) e ao fim da conversa sempre se despedem deles. Em nossa amostra, isso ocorreu em um terço dos diários de meninos e em até 60% das meninas. Os jovens refletiam muito sobre o relacionamento com seus companheiros imaginários e depois anotavam as reflexões em forma perguntas ou comentários. Muitas vezes, eles também convidavam o interlocutor a assumir, criticar ou julgar seu próprio ponto de vista.
 
Nesses casos, tinham evidentemente uma ideia muito exata de seus amigos inventados. Curiosamente, os jovens de ambos os sexos escolhem amigas imaginárias com mais frequência – 75% dos meninos e 61% das meninas – e inventam uma pessoa que se assemelhe a eles em traços essenciais. Rapazes muitas vezes criam uma cópia feminina perfeita de si mesmos, que se assemelha a eles não apenas em idade e aparência, mas também em personalidade. As meninas, por sua vez, criam ocasionalmente parceiras que se diferenciam delas em características importantes.

Com o aumento da idade, traços centrais da personalidade do amigo se modificam – assim como os do próprio autor –, às vezes ele recebe até um novo nome. Aqui, um exemplo de Tina, de 18 anos: “Durante um tempo, eu a chamei de ‘Cordula’. Agora ainda escrevo para ela, só que não mais de forma tão personificada – quase sempre sem um nome, mas ainda me refiro a ela”.


No decorrer da adolescência, os parceiros invisíveis parecem se tornar menos nítidos, adolescentes mais velhos quase não os mencionam. Aliás, entrevistamos escritores de diário mais uma vez alguns anos mais tarde e contatamos que realmente pouquíssimos conseguiram lembrar-se de seus amigos imaginários! Se o acompanhante imaginário cumpriu sua função, ele aparentemente não só é deixado de lado, mas também esquecido – um sinal de que as crianças conseguiram dar mais um passo em seu desenvolvimento de forma criativa.
Uma Menina Adorável

Em uma análise de diários de adolescentes publicada em 2000, percebi que o amigo inventado quase sempre tem um nome, é de um sexo determinado e tem aparência bem definida e traços de personalidade específicos que a criança ou o jovem pode modificar no decorrer do tempo. Nos diários encontram-se algumas descrições muito detalhadas desses personagens virtuais. Segue um trecho das anotações pessoais de uma menina de 15 anos:

“Kathrin é uma menina adorável que se move de forma encantadora. Ela é muito bonita quando está feliz. Ela tem os olhos castanho-escuros mais inacreditáveis que já vi em minha vida, muito expressivos – às vezes, como estrelas, depois, como o mar Morto, tão profunda, quieta e triste. Mas isso é apenas o que uma amiga pode ver na aparência. Através de seus olhos eu consigo olhar exatamente dentro dela, mas mesmo assim sei muito pouco sobre sua verdadeira vida interior. Por exemplo, não sei como é realmente a sua relação com Deus – portanto, eu poderia me enganar. O que mais a Kathrin é? Inteligente, decidida, apaixonada, solícita, às vezes um pouco difícil de entender, às vezes ela realmente é como uma mãe para todos, mas ela é assim e sem isso ela não seria a Kathrin. Então, há épocas em que eu tenho impressão de que ela realmente faz tudo perfeito, e fico feliz quando acho um defeito. Além disso, ela é muito calada e precisa de muito tempo para confiar em alguém. Ela parece combinar muitas coisas com Deus, a quem ela aparentemente é muito ligada”.

Inge Seiffge-Krenke é psicóloga; dirige o Departamento de Psicologia do Desenvolvimento do Instituto Psicológico da Universidade de Mainz na Alemanha.


Fonte: 
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/amigos_imaginarios.html

setembro 16, 2011

Novas Drogas - Ensaios clínicos para o câncer

Postado por Jesarela de Carvalho às sexta-feira, setembro 16, 2011 0 comentários
Ensaios clínicos são estudos de investigação que experimentam novas terapias contra os diversos tipos de câncer. O médico pode recomendar um ensaio clínico para o paciente em algum momento de seu tratamento.

Para que você entenda a forma e a realização de ensaios clínicos e as medidas tomadas para proteger sua saúde, faremos uma breve explicação sobre o assunto. Depois de ler o texto o abaixo você poderá compreender como esta opção poderá auxiliar no tratamento contra o câncer.

Forma de realização dos ensaios clínicos

A maior parte dos ensaios é patrocinada por agências oficiais de incentivo à pesquisa e por indústrias farmacêuticas. Com freqüência, o mesmo ensaio é oferecido em vários centros de tratamento de câncer, de maneira que os pacientes possam participar da mesma pesquisa em diferentes locais no Brasil ou em conjunto com outros países.
Os ensaios têm os seguintes níveis:

Fase I: Visa fundamentalmente reconhecer a toxicidade (quantidade de toxinas liberadas no organismo) de determinado recurso terapêutico. Os efeitos benéficos que dele possam advir são mais do que bem-vindos, mas o que se deseja, fundamentalmente, é reconhecer sua toxicidade.

Fase II: Avalia-se a resposta do tratamento para um determinado tumor, no qual estudos fase I tenham sugerido alguma utilidade, em um grupo de pacientes. Assim, verifica-se a porcentagem de êxito do novo tratamento contra uma forma específica de câncer.

Fase III: Os médicos comparam a eficiência de êxito do novo tratamento com o que era utilizado anteriormente. Procura-se, dessa forma, definir qual o melhor tratamento a ser empregado em primeira instância.

A fim de obter a aprovação da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para que um determinado medicamento seja incluído no tratamento de pacientes, é necessário demonstrar que sua eficácia e que seus os efeitos colaterais não são proibitivos.
Forma de se proteger os participantes dos ensaios clínicos

Existem possíveis riscos em qualquer ensaio clínico, sendo importante saber que os ensaios clínicos somente são recomendados para seres humanos somente após exaustivos testes em animais para comprovar sua segurança. Antes de se iniciar um ensaio clínico, uma Junta Institucional de Revisão em cada local em que se fará o estudo deve revisar e aprovar o plano de tratamento. Essa junta é formada por profissionais qualificados em saúde, que não têm nenhum compromisso com o laboratório que desenvolveu a droga em questão, por exemplo, e que, desta forma, podem validar o estudo de maneira imparcial.

Saiba que a participação em ensaios clínicos segue as seguintes regras:

- Primeiro o paciente faz seu consentimento formalmente, após ter sido cuidadosamente informado de todos os aspectos relativos ao ensaio e todas as suas dúvidas devidamente esclarecidas.

- Durante todo o ensaio, os pacientes são vigiados minuciosamente em relação à resposta ao tratamento e à toxicidade. Efeitos adversos ou reconhecida ineficiência serão imediatamente informados, para que a devida substituição do esquema seja feita. Da mesma forma, os pacientes podem, em qualquer momento, abandonar o programa em estudo se o desejarem, sem que isso signifique qualquer prejuízo a seus cuidados.

- Um grupo de profissionais médicos revisa continuamente o ensaio para garantir que os pacientes sejam tratados com imparcialidade e segurança.
Como decidir que o ensaio clínico esta indicado para o paciente?

Primeiramente, o paciente deve converse com seu médico sobre isso. O paciente poderá estar acompanhado por uma pessoa que esteja familiarizada com seu estado de saúde, e esta pessoa poderá ajudá-lo a decidir se esse ensaio clínico é uma boa opção ou não. É importante e necessário que o paciente conheça:

- As possibilidades, riscos e benefícios deste ensaio, especialmente sobre qualquer potencial efeito colateral.

- Qual é a diferença do tratamento que será estudado e o tratamento ao qual está sendo submetido para seu tipo de câncer.

- O tipo e a frequência de todos os exames que serão feitos antes, durante e após o ensaio.

- A duração do ensaio.

- Local onde será realizado o ensaio.

- A forma como o ensaio afetará sua rotina diária.
As pesquisas científicas em todo o mundo vêm caminhando com grande rapidez na última década, por essa razão, muitas informações são encontradas diariamente nos jornais e revistas sobre os avanços no tratamento do câncer. Vários artigos apresentam citações sobre cura de doenças, tais como leucemia, linfoma, mielodisplasia e mieloma múltiplo. Há também muito interesse sobre pesquisas com células-tronco e sua utilidade nesses tipos de câncer.

Para os pacientes, muitas vezes, é difícil compreender e acompanhar todos esses passos, bem como se aquele ensaio clínico pode ser de fato indicado para seu tipo de câncer.

Nesta página iremos disponibilizar os principais links de pesquisa no mundo, para que pacientes e familiares possam ter acesso às pesquisas realizadas nas doenças onco-hematológicas.

Queremos com isso viabilizar o acesso às informações, mas sempre que houver alguma pesquisa em andamento, leia atentamente e caso tenha alguma dúvida, converse com o médico responsável pelo tratamento ou consulte o Comitê Científico da ABRALE, que estará sempre à disposição por meio da seção Fale Conosco deste site.

Links médicos de pesquisa

ASPHO - American Society of Pediatric Hematology/Oncology

ASCO - American Society of Clinical Oncology
ASH - American Society Hematology
AACR - American Association for Cancer Research
CMA - Canadian Medical Association
APON - Association of Pediatric Oncology Nurses
AOS - Association of Oncology Social Work
ACCC - Association of Community Cancer Centers
Coalition of National Cancer Cooperative Groups
Federation of European Cancer Societies
ONS- Oncology Nursing Society
SBT - Society for Biological Therapy
Children's Oncology Group
NCI - National Cancer Institute
Cancer Liaison Program
LLS - The Leukemia e Lymphoma Society
Blood and Marrow Transplant

Pagamento de transplante por planos de saúde pode agilizar tratamento

Postado por Jesarela de Carvalho às sexta-feira, setembro 16, 2011 0 comentários
RIO DE JANEIRO - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu na lista de procedimentos a serem cobertos pelos Planos de Saúde os transplantes de medula óssea alogênicos (com doador). Os transplantes de medula são tratamentos indicados para pacientes com doenças como leucemia, linfomas e mielomas, ou seja, doenças que atacam a medula óssea e impedem que esta produza o sangue.

Existem três tipos de transplante de medula óssea. Nos autólogos, o material é retirado da medula do paciente e, após o tratamento indicado para o tipo de câncer da pessoa, transplantado. Tratam-se de procedimentos bem mais simples e que, em alguns casos, são realizados em ambulatório (sem internação). Estes já estão na lista de procedimentos dos planos de saúde.

Já os transplantes alogênicos são mais complexos e podem ser aparentados ou não-aparentados. Além de equipe especializada, o hospital precisa ter instalações adequadas para o pós-transplante - ambiente isolado, livre de qualquer possibilidade de infecção - uma vez que o paciente precisa ficar cerca de dois meses em recuperação.
Atualmente, existem 15 centros no Brasil que fazem transplante de medula não-aparentado. Com a resolução da ANS, novos leitos podem ser incorporados ao programa de transplante de medula, o que vai significar mais agilidade na realização do procedimento.

Ao longo de um ano são realizados cerca de 1.800 transplantes de medula óssea no país. Destes, 1.000 são autólogos, 650 transplantes aparentados e 150 são não-aparentados. Hoje, 90% dos procedimentos são cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a tabela do SUS, o transplante aparentado custa R$ 54.939 e o alogênico, R$ 71.602.

Células-tronco são usadas no tratamento de leucemia

Postado por Jesarela de Carvalho às sexta-feira, setembro 16, 2011 0 comentários
As células-tronco dão origem a todos os tecidos, do coração à pele, dos ossos aos nervos. A aposta na tecnologia da expansão celular é tão grande que centros do mundo inteiro estão estocando.

O Fantástico aborda a importância da genética, mas de um jeito um pouquinho diferente. O assunto são as células-tronco, uma das grandes apostas da medicina para tratar uma série de doenças. A grande notícia é que esses tratamentos começam a sair do papel. Esta semana, cientistas americanos anunciaram um grande avanço no tratamento da leucemia. Uma revolução de verdade.

Trazer o filho ao mundo e dar a outros pais a chance de verem seus filhos crescerem: “Estou feliz, porque vou voltar a minha vida normal. Vou fazer minhas coisas normalmente, ir à praia, uma coisa que eu não faço há muito tempo”, conta Gabriel Lobo Lima, de 15 anos.

Na segunda-feira (18), Gabriel recebeu o transplante de células-tronco do sangue de um cordão umbilical. Ele foi ao Instituto Nacional do Câncer, o Inca, no Rio de Janeiro, para combater a leucemia violenta que apareceu há quatro meses. O transplante é a única esperança de cura.
São as células-tronco que dão origem a todos os tecidos, do coração à pele, dos ossos às células nervosas. Há dois tipos: as embrionárias, como o nome diz, estão nos embriões. E as adultas que podem ser retiradas da pele, da medula óssea ou do cordão umbilical de recém-nascidos. As do cordão têm a vantagem de estar em um estado menos avançado, permitindo o transplante sem compatibilidade total entre o doador e o receptor.

“A grande maioria dos transplantes realizados até hoje com sangue de cordão umbilical foi realizado com unidades que não eram completamente compatíveis. Os resultados são muito promissores e esses pacientes estão hoje vivos para contar história e mostrar a importância dessa técnica”, conta Luís Fernando Bouzas, do Instituto Nacional do Câncer.

História que começou com Vanessa em 2004. Em Jaú, no interior de São Paulo, ela recebeu o transplante que lhe deu a oportunidade de derrotar a leucemia e crescer com graça, chegar à adolescência.
“Aquele cordãozinho umbilical abençoado fez com que a Vanessa tenha hoje uma medula maravilhosa. O exame de sangue dela está melhor que o nosso”, conta a mãe de Vanessa, Mary Barro Canal.

A desvantagem é que são poucas células em cada cordão, por isso só podem recebê-las crianças e adolescentes de no máximo 50 quilos. Mas uma descoberta de um centro de pesquisa norte-americano pode mudar isso. Os cientistas conseguiram multiplicar as células-tronco em laboratório. Dez pacientes com tipo de leucemia muito agressiva entre 3 e 43 anos de idade receberam os transplantes, sete estão curados. Os efeitos apareceram muito mais rápido.

“É muito importante essa possibilidade, visto que diminui a internação, as chances de o paciente desenvolver complicações graves”, argumenta Bouzas.
No laboratório do Inca, os pesquisadores avançam na mesma linha de pesquisa, buscando a multiplicação das células. O Inca tem o primeiro banco público de sangue de cordão do Brasil e foi montado nos moldes do de Seattle.

A aposta na tecnologia da expansão celular é tão grande que já faz oito anos que os centros do mundo inteiro estão estocando em duas bolsas separadas. Uma para ser administrada direto no paciente. A outra é para quando a tecnologia estiver disponível para todo mundo, é dela que vai sair o sangue que vai ser reproduzido e depois ser aplicado no paciente.

Há pouco tempo ainda se duvidava da eficiência dos bancos de sangue de cordão ou das terapias com células-tronco. O biólogo da UFRJ Radovan Borojevic espera para breve a liberação, para uso em pacientes com doença cardíaca grave, de uma técnica que ele provou funcionar com células de medula. Em 2000, o senhor Nelson Águia via sua história chegando ao fim.

“Teve um determinado momento que um profissional falou que seu pai não vai ter três meses de vida”, lembra Nelson. Ele foi o primeiro brasileiro a tirar células-tronco da medula que depois foram injetadas no coração doente. Poucos meses depois, ele já subia escada. Em 2004, Nelson jogava futebol e, essa semana, o encontramos de novo, cheio de vigor, fazendo uma caminhada de quatro quilômetros.
“Cada dia que passa, eu torço mais que outras especialidades entrem também na pesquisa de células-tronco”, diz Nelson. Mas isso já acontece em fase experimental de pesquisa no mundo inteiro, para combater mal de Parkison, regenerar o fígado, tratar diabetes. Só é preciso tempo.

“Um paciente que é um paciente em estado grave que todo dia acorda e não sabe se ele vai chegar até dormir a noite ainda vivo, para ele, um dia é muito tempo. Então ele quer uma terapia o mais rapidamente possível”, diz Radovan.

O que muitas vezes depende da solidariedade. No Brasil, existem vários bancos privados de sangue de cordão umbilical. Pais que pagam para guardar as células-tronco dos filhos para o caso de eles precisarem no futuro. Cientificamente não é recomendado, se a criança tiver uma doença de fundo genético, as células guardadas não poderão ser usadas no tratamento. Outra razão nas palavras de um paciente de 15 anos:

“Eu queria também pedir para as pessoas que têm filhos para doarem seus cordões, não doarem apenas pensando: eu vou doar o cordão do meu filho para poder, mais tarde, se ele precisar eu vou usar para ele. Doar pensando: eu vou doar isso aqui que pode salvar uma vida e quem sabe se meu filho vier a precisar de um, quem sabe, eu não serei recompensado e receberei um também”, pede Gabriel Lobo Lima.

Um anjo passou por mim... - Rogério Brandão

Postado por Jesarela de Carvalho às sexta-feira, setembro 16, 2011 0 comentários
Essa postagem é um relato de vida maravilhoso, vivido por esse médico, e que se aplica a todos nós com certeza, tornando-nos mais humanos e solidários.

Médico cancerologista, já calejado com longos 29 anos de atuação profissional, com toda vivência e experiência que o exercício da medicina nos traz, posso afirmar que cresci e me modifiquei com os dramas vivenciados pelos meus pacientes.

Dizem que a dor é quem ensina a viver. Não conhecemos nossa verdadeira dimensão, até que, pegos pela adversidade, descobrimos que somos capazes de ir muito mais além. Descobrimos uma força mágica que nos ergue, nos anima, e não raro, nos descobrimos confortando aqueles que vieram para nos confortar.

Um dia, um anjo passou por mim... No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil.

Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado... Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a freqüentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.

Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim. Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada, porém, por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapia e radioterapia.

Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro.Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação.

Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção. Meu anjo respondeu: Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim.

Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida! Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei: - E o que morte representa para você, minha querida? -Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é? - É isso mesmo, e então? Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é? - É isso mesmo querida, você é muito esperta! Olha tio, um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar.

Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei “engasgado”.Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação. E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela. Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo: - E o que saudade significa para você, minha querida? - Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade:
É o amor que fica! Um anjo passou por mim...

(Rogério Brandão - Médico oncologista clínico - RC
Recife Boa Vista D4500 -Cremepe 5758)

This is beautiful! Try not to cry

Postado por Jesarela de Carvalho às sexta-feira, setembro 16, 2011 0 comentários
She jumped up as soon as she saw the surgeon come out of the operating room. She said: "How is my little boy? Is he going to be all right? When can I see him?"

The surgeon said, "I'm sorry. We did all we could, but your boy didn't make it."

Sally said, "Why do little children get cancer?
Doesn't God care any more? Where were you, God, when my son needed you?"

The surgeon asked, "Would you like some time alone with your son? One of the nurses will be out in a few minutes, before he's transported to the university."

Sally asked the nurse to stay with her while she said good-bye to son. She ran her fingers lovingly through his thick red curly hair.

 "Would you like a lock of his hair?" the nurse asked.

Sally nodded yes. The nurse cut a lock of the boy's hair, put it in a plastic bag and handed it to Sally. The mother said, "It was Jimmy's idea to donate his body to the University for Study. He said it might help somebody else. "I said no at first, but Jimmy said, 'Mom, I won't be using it after I die. Maybe it will help some other little boy spend one more day with his Mom." She went on, "My Jimmy had a heart of gold. Always thinking of someone else. Always wanting to help others if he could."

Sally walked out of Children's mercy Hospital for the last time, after spending most of the last six months there. She put the bag with Jimmy's belongings on the seat beside her in the car. The drive home was difficult. It was even harder to enter the empty house. She carried Jimmy's belongings, and the plastic bag with the lock of his hair to her son's room. She started placing the model cars and other personal things back in his room exactly where he had always kept them. She laid down across his bed and, hugging his pillow, cried herself to sleep.

It was around midnight when Sally awoke. Laying beside her on the bed was a folded letter. The letter said:

"Dear Mom, I know you're going to miss me; but don't think that I will ever forget you, or stop loving you, just 'cause I'm not around to say I LOVE YOU. I will always love you, Mom, even more with each day. Someday we will see each other again.

Until then, if you want to adopt a little boy so you won't be so lonely, that's okay with me. He can have my room and old stuff to play with. But, if you decide to get a girl instead, she probably wouldn't like the same things us boys do. You'll have to buy her dolls and stuff girls like, you know. Don't be sad thinking about me. This really is a neat place.

Grandma and Grandpa met me as soon as I got here and showed me around some, but it will take a long time to see everything. The angels are so cool. I love to watch them fly. And, you know what? Jesus doesn't look like any of his pictures.

Yet, when I saw Him, I knew it was Him. Jesus himself took me to see GOD! And guess what, Mom? I got to sit on God's knee and talk to Him, like I was somebody important. That's when I told Him that I wanted to write you a letter, to tell you good-bye and everything. But I already knew that wasn't allowed. Well, you know what Mom? God handed me some paper and His own personal pen to write you this letter. I think Gabriel is the name of the angel who is going to drop this letter off to you. God said for me to give you the answer to one of the questions you asked Him 'Where was He when I needed him?' "God said He was in the same place with me, as when His son Jesus was on the cross. He was right there, as He always is with all His children.

Oh, by the way, Mom, no one else can see what I've written except you. To everyone else this is just a blank piece of paper. Isn't that cool? I have to give God His pen back now. He needs it to write some more names in the Book of Life. Tonight I get to sit at the table with Jesus for supper. I'm, sure the food will be great.

Oh, I almost forgot to tell you. I don't hurt anymore.

The cancer is all gone. I'm glad because I couldn't stand that pain anymore and God couldn't stand to see me hurt so much, either. That's when He sent The Angel of Mercy to come get me. The Angel said I was a Special Delivery! How about that?
Signed with Love from God, Jesus & Me.
Tradução

Isto é lindo! Tenta não chorar.

"Ela deu um pulo assim que viu o cirurgião a sair da sala de operações.

Perguntou:
- Como é que está o meu filho? Ele vai ficar bom?
- Quando é que eu posso vê-lo?'

O cirurgião respondeu:

- Tenho pena. Fizemos tudo mas o seu filho não resistiu.

Sally perguntou:
- Porque razão é que as crianças pequenas tem câncer? Será que Deus não se preocupa?
- Aonde estavas Tu, Deus, quando o meu filho necessitava?...'

O cirurgião perguntou:
- Quer algum tempo com o seu filho? Uma das enfermeiras irá trazê-lo dentro de alguns minutos e depois será transportado para a Universidade.

Sally pediu à enfermeira para ficar com ela enquanto se despedia do seu filho. Passou os dedos pelo cabelo ruivo do seu filho...

- Quer um caracol dele?' Perguntou a enfermeira.
Sally abanou a cabeça afirmativamente.

A enfermeira cortou o cabelo e colocou-o num saco de plástico, entregando-o a Sally.

- Foi ideia do Jimmy doar o seu corpo à Universidade porque assim talvez pudesse ajudar outra pessoa, disse Sally. No início eu disse que não, mas o Jimmy respondeu:
- Mãe, eu não vou necessitar do meu corpo depois de morrer. Talvez possa ajudar outro menino a ficar mais um dia com a sua mãe.

Ela continuou:
- O meu Jimmy tinha um coração de ouro. Estava sempre a pensar nos outros. Sempre disposto a ajudar, se pudesse.

Depois de aí ter passado a maior parte dos últimos seis meses, Sally saiu do "Hospital Children's Mercy" pela última vez...
Colocou o saco com as coisas do seu filho no banco do carro ao lado dela.
A viagem para casa foi muito difícil.
Foi ainda mais difícil entrar na casa vazia.

Levou o saco com as coisas do Jimmy, incluindo o cabelo, para o quarto do seu filho.
Começou a colocar os carros e as outras coisas no quarto exatamente nos locais onde ele sempre os teve.
Deitou-se na cama dele, agarrou a almofada e chorou até que adormeceu.

Era quase meia-noite quando acordou e ao lado dela estava uma carta.

A carta dizia:
- Querida Mãe,
Sei que vais ter muitas saudades minhas; mas não penses que me vou esquecer de ti, ou que vou deixar de te amar só porque não estou por perto para dizer: "AMO-TE".
Eu vou sempre amar-te cada vez mais, Mãe, por cada dia que passe.

 
Um dia vamos estar juntos de novo. Mas até chegar esse dia, se quiseres adotar um menino para não ficares tão sozinha, por mim está bem.
Ele pode ficar com o meu quarto e as minhas coisas para brincar. Mas se preferires uma menina, ela talvez não vá gostar das mesmas coisas que nós, rapazes, gostamos.
Vais ter que comprar bonecas e outras coisas que as meninas gostam, tu sabes.
Não fiques triste a pensar em mim. Este lugar é mesmo fantástico!
Os avós vieram ter comigo assim que eu cheguei para me mostrar, mas vai demorar muito tempo para eu poder ver tudo.

 
Os Anjos são mesmo fantástico! Adoro vê-los a voar!
E sabes uma coisa?...
O Jesus não parece nada como se vê nas fotos, embora quando o vi o tenha conhecido logo.
Ele levou-me a visitar Deus!
E sabes uma coisa?...
Sentei-me no colo d'Ele e falei com Ele, como se eu fosse uma pessoa importante. Foi quando lhe disse que queria escrever-te esta carta, para te dizer adeus e tudo mais.
Mas eu já sabia que não era permitido.

 
Mas sabes uma coisa Mãe?...
Deus entregou-me papel e a sua caneta pessoal para eu poder escrever-te esta carta.
Acho que Gabriel é o anjo que te vai entregar a carta.
Deus disse para eu responder a uma das perguntas que tu Lhe fizeste, "Aonde estava Ele quando eu mais precisava?"... 

 
Deus disse que estava no mesmo sítio, tal e qual, quando o filho dele, Jesus, foi crucificado. Ele estava presente, tal e qual como está com todos os filhos dele.
Mãe, só tu é que consegues ver o que eu escrevi, mais ninguém.
As outras pessoas vêm este papel em branco.
É mesmo fantástico não é!?...

 
Eu tenho que dar a caneta de volta a Deus para ele poder continuar a escrever no seu Livro da Vida.
Esta noite vou jantar na mesma mesa com Jesus.
Tenho a certeza que a comida vai ser boa.

 
Estava quase a esquecer-me: já não tenho dores, o câncer já se foi embora.
Ainda bem, porque já não podia mais e Deus também não podia ver-me assim.


Foi quando ele enviou o Anjo da Misericórdia para me vir buscar.
O anjo disse que eu era uma encomenda especial! O que dizes a isto?...

Assinado com Amor de Deus, Jesus e o Meu.

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